Desenvolver softwares com menor uso de códigos é uma tática que há quase três décadas apoia provedores de TI na entrega de sistemas mais práticos e flexíveis. Apesar do conceito ser empregado há bastante tempo, o termo low-code foi criado em 2014 pela consultoria Forrester Wave, e nos últimos cinco anos a tecnologia ganhou uma considerável fatia de mercado com o surgimento de fornecedores de plataformas para desenvolvimento de aplicações, das mais simples às mais complexas.
O cenário promissor colocou o low-code no radar dos grandes institutos de pesquisa. Antes da pandemia do coronavírus, a consultoria Forrester estimava que a movimentação no setor de plataformas de desenvolvimento de low-code chegaria a US$ 21,2 bilhões em 2022, ante os US$ 1,7 bilhão contabilizados em 2017, com crescimento acima de 40% ao ano. Já as previsões do Gartner apontavam que até 2024 65% dos aplicativos seriam desenvolvidos com pequena ou nenhuma codificação.
O low-code é uma alternativa que gera altos ganhos de produtividade, uma vez que, livres das milhões de linhas de código necessárias para cada aplicação, as áreas de desenvolvimento têm mais tempo para direcionar o foco nas necessidades do usuário. No setor de ERP, por exemplo, o desafio é oferecer soluções aderentes a enésimos modelos de negócios, que variam de acordo com porte, setor, localização e outros inúmeros fatores, num universo em que cada organização tem particularidades operacionais que precisam ser pensadas para o sucesso na automação de processos gerenciais.
Além disso, no modelo convencional de codificação, acompanhar transformações ou evoluções operacionais significa reescrever o sistema de gestão, tanto para atualizar procedimentos, como no atendimento às novas demandas que surgem cotidianamente. Mas no low-code, ajustes podem ser facilmente agregados a uma solução já existente, permitindo modernização e implantação de recursos, bem como o aumento da escalabilidade, tudo sob medida para atender novas necessidades ou especificidades, sem perdas para a operação.
Outra vantagem das plataformas low-code é facilitar o entendimento das aplicações, dispensando treinamento adicional a cada atualização no sistema. Isso é possível porque a geração de aplicativos e softwares com menos códigos proporciona velocidade e flexibilidade às áreas técnicas na implementação de soluções mais intuitivas, que podem ser acessadas, inclusive, por colaboradores que não sejam especialistas em TI, otimizando a gestão como um todo.
Na prática, com a carga de trabalho de desenvolvimento reduzida, as equipes de TI podem dedicar-se à melhor compreensão do cliente, melhorando a usabilidade e propondo melhorias que apoiem a produtividade, uma vez que, aptos a operar sistemas, colaboradores de diferentes setores, como RH, comercial, projetos e relacionamento com o cliente, por exemplo, participam da gestão de forma mais proativa.
Quem escolhe trabalhar com poucos ou nenhum código de programação (no-code) não precisa se preocupar com atualizações, que ficam sob a responsabilidade do fornecedor da plataforma. Nesse sentido, um parceiro de confiança é diferencial competitivo na oferta de funcionalidades únicas e direcionadas ao desenvolvimento do negócio, especialmente no que tange à segurança de dados. Mas vale ressaltar a plataforma low-code, ou no-code, por mais completa e segura que seja, não dispensa a expertise em TI para evitar que um erro de programação leve à exposição de dados ou abra brechas de vulnerabilidade de segurança.
Fonte: TI Inside