CIGAM  /  Blog  /  Artigos

Carta aberta às novas mães

Um relato sincero sobre as alegrias e desafios que a maternidade nos traz

Por Luiza Fernanda de Oliveira Pinto
Analista de Canais da CIGAM Software de Gestão

Carta aberta às novas mães

Oi, Mamãe!

 

Que dia difícil foi esse, né?! Você fazendo de tudo para dar conta de tantas coisas, equilibrando vários pratos: família, amigos, trabalho, vida social... É difícil mesmo, porque a gente quer que tudo saia perfeito. Mas são tantas coisas ao mesmo tempo, que a impressão que dá é que nada do que fazemos é bom o suficiente. Isso sem falar sobre ter que deixar seu bem mais precioso com alguém que vai, de certa forma, ocupar o seu lugar (e muitas vezes com uma pessoa que é para nós um completo estranho)!  Pois quero dizer que esses dias vão se tornando mais leves. Com o tempo nosso coração entende que, mesmo longe, eles estão bem (é sério: eles estão muito bem).

 

Ainda assim, eu te antecipo: ser mãe é uma culpa diária. E você vai se culpar muito, como se não estivesse fazendo um bom trabalho - é assim que eu me sinto muitas vezes. A maternidade pode parecer um trabalho do qual a gente não pode errar, em que você precisa estudar muito a respeito e cumprir todos os requisitos exatamente como a sociedade te exige: o bebê não pode usar chupeta, você tem que amamentar, ele tem hora certa para ir para a escola ou parar de usar fraldas, hora certa para começar a ler e escrever. E se não for no tempo que eles julgam certo, quem é a responsável? Já sabemos a resposta.

Mas olha só: é apenas o sentimento de culpa, tá bem? A verdade é que você é ótima e está fazendo muito além do esperado. Vamos parar um pouco de nos cobrar tanto!

Antecipo também que se você era como eu, que deixava o celular sempre no silencioso, isso nunca mais vai acontecer. E a cada vez que ele tocar, você vai sentir seu coração acelerar até ver que (1) não é nada demais ou (2) sim, novamente seu bebê não está bem e você vai ter que ir buscá-lo. Aliás, seu filho estar doente é a única coisa que, a partir de agora, irá te derrubar. Você vai ver que a maternidade te fará lidar com qualquer coisa e que nada mais te abala. Para certas coisas que antes te incomodavam, agora você ergue a cabeça e segue firme. Mas a ligação de alguém dizendo ''Mãe, seu filho está com 39 graus de febre'', realmente vai te desestruturar.

 

Porém, é como eu falei antes: tirando isso, o restante você vai tirar de letra! E sabe por quê? Porque agora você tem um motivo mais do que especial para se dedicar em tudo que faz. Seu bebê é sua motivação, seu bebê é sua maior inspiração e você vai querer ser sempre a melhor para que ele saiba que a mãe dele é a melhor.

 

 

E o que isso tem a ver com o mercado de trabalho?

Pois não é só de culpa que se vive! Você sabia que a maternidade te ajuda a aprimorar suas habilidades no trabalho? Você certamente vai se manter muito mais focada e vai conseguir planejar e conciliar tarefas de uma forma que não conseguia antes. Vai gerenciar melhor as demandas e ter mais objetividade, intuição e empatia. - Olha só, não é que a maternidade também colabora para o aumento das suas soft skills

Fui atrás destas informações apenas para comprovar algo que eu já havia percebido no meu dia a dia, e com isso te dizer que você é incrível, está fazendo um ótimo trabalho e não deve se cobrar tanto. 

 

 

Você vai ficar feliz em sair de casa, ver e conversar com pessoas sobre seu filho (lógico). Ainda que 90% dos seus assuntos sejam sobre o seu bebê, é muito bom sentir que a maternidade não é a única coisa da sua vida e recordar um pouco de como as coisas eram antes. O trabalho vai te ajudar a lembrar que você continua aquela profissional maravilhosa, que é referência na sua área, aquela amiga que as pessoas querem ouvir, aquela mulher que luta e se posiciona por outras mulheres. Porém, te adianto novamente: às vezes você vai se sentir mal com isso. Algo que te faz tão bem vai fazer você sentir como se estivesse negligenciando o seu filho, vivendo uma vida sem ele - mas é só aquela velha parasita que se apossa de nós, a culpa. E não pense que estou dizendo isso para te apavorar! Na verdade, só quero que saiba que você não está sozinha. Todas nós sentimos isso, cada uma a sua maneira. 

Luiza e o filho, Felipe, de 9 meses
Luiza e o filho, Felipe, de 9 meses

Eu sei que a essa altura você já se saturou com palpites, porque sempre tem aquela pessoa que sabe mais sobre criar filhos (e até pode mesmo saber. Mas sabe como criar os filhos dela, e não os seus). Mas se eu puder te dar alguns conselhos, aí vai: cerque-se de pessoas que amam vocês, crie sua própria "rede de apoio". A maternidade vem para mostrar que a vida é mais fácil quando você tem com quem contar. Seja família ou amigos, mantenha as pessoas de verdade por perto.

 

Por fim, não esqueça: você terá pouco tempo com o seu filho sim, e cada vez terá menos, os dias passam rápido demais. Então faça valer a pena: prefira sempre o tempo de qualidade! Ah, e mais uma vez, não se culpe tanto - por mais que seja difícil, eu bem sei! Você é extraordinária e seu filho tem orgulho da mãe que você é!

 

 

Com muito carinho,

Luiza, a mãe do Felipe.

Usamos cookies para melhorar a experiência do usuário. Ao continuar navegando, você concorda com o uso dos cookies. Leia nossa política de privacidade para saber mais.